sexta-feira, 4 de março de 2011

Programa "Arte, Vida e Cultura"

DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Apresentadora Ione Vivian Vargas
No dia 8 de março comemora-se o Dia Internacional da Mulher e o Programa Arte Vida e Cultura não poderia deixar de prestar sua homenagem as mulheres gauchas. A aluna Ione Vivian Vargas da Oficina de Comunicação do Ponto de Cultura pesquisou e apresentou no programa do dia 05 de março pela Rádio Caçapava tres das herionas Rio Grandenses.
ANA TERRA
A trajetória feminina na história mundial sempre foi uma história de exclusões,onde elas tinha apenas o papel de donas de casa e reprodutoras. Érico Veríssimo deixa claro em O continente I e II, que a mulher contribuiu fortemente para construção da história do Rio Grande do Sul. Uma leitura atenta de seu texto, permite verificar que a mulher não contribuiu somente como parteira como querem alguns historiadores, ou como auxiliares de médico em campos de batalha. Para isso, serve como base uma das personagens da obra: AnaTerra.
Ana Terra é a matriarca da família Terra Cambará. Filha de imigrantes portugueses que chegam ao Rio Grande do Sul no século 18, Ana e sua família passam por todas as dificuldades de morar em uma região esquecida pelas autoridades e permeada de disputas por terras e fronteiras.
Ana Terra mulher de  personalidade forte,  garra, obstinação e resistência frente a todas as perdas e violências que sofre fazem de Ana Terra um símbolo da mulher gaúcha. Traços da personalidade de Ana e sua crença na vida serão encontradas nas mulheres das gerações futuras da família Terra Cambará, principalmente de sua neta Bibiana. O erotismo da jovem é também é destacado, pois esta desperta em meio a solidão da fazenda onde Ana mora com a família e culmina com a sua entrega a Pedro Missioneiro.
Portanto, a personagem Ana Terra, comprova que por mais servil que seja a mulher ou audaciosa, elas sempre contribuíram para que a família estivesse bem, sendo a família um espelho do social, elas sempre tiveram o seu quinhão na construção da história Sul Riograndense, principalmente na literatura de Érico Veríssimo, que sempre se declarou um admirador das mulheres.
 
ANITA GARIBALDI
O nascimento de Ana Maria de Jesus Ribeiro, posteriormente conhecida como Anita Garibaldi, é um assunto controverso. Alguns estudiosos alegam que Anita nasceu na cidade de Lages, e que o registro de seus irmãos estava naquela cidade mas o dela não foi encontrado pois teria sido arrancado do livro de registros. Já outros estudiosos afirmam que a moça nasceu em Laguna, e entidades da cidade entraram com uma ação requerendo o registro de Anita. Em dezembro de 1998 o pedido foi deferido, e a cidade registrou Anita com a data de nascimento de 30 de agosto do ano de 1821.
Durante a revolução Farroupilha (também conhecida como Guerra dos Farrapos) o italiano Giuseppe Garibaldi, guerrilheiro que lutava pela República Rio-Grandense, chega a Laguna durante a tomada da cidade. Durante o episódio Anita e Garibaldi se conheceram, e ficaram juntos durante toda a vida de Anita. Do relacionamento entre os dois nasceram 4 filhos, sendo que um deles nasceu no Brasil, na cidade conhecida atualmente como Mostardas, no Rio Grande do Sul.
Depois que conheceu Garibaldi a vida de Anita foi repleta de aventuras. Durante a batalha dos Curitibanos, em 1840, ela caiu prisioneira do exército inimigo. No entanto, conseguiu fugir e se encontrar com Garibaldi na cidade de Vacaria. No mesmo ano nasceu o primogênito do casal, chamado Menotti Garibaldi. Mesmo grávida foi perseguida pelo exército imperial, mas conseguiu fugir para uma floresta onde foi encontrada alguns dias depois por Garibaldi. No ano seguinte Garibaldi pediu para ser dispensado do exército republicano, e Bento Gonçalves concedeu a dispensa. Ele e Anita rumaram então para Montevidéu, no Uruguai, onde oficializaram a união 7 anos depois, e onde os outros três filhos nasceram.
No ano de 1947, Anita foi para a Itália com os filhos. Porém, dois anos depois foram perseguidos por três exércitos, o francês, espanhol e napolitano. Embora tivessem recebido um salvo-conduto da embaixada americana, ambos resolveram não se render. A fuga resultou na piora do estado de Anita, que estava grávida novamente. Como conseqüência, ela morreu no dia 4 de agosto de 1849, próxima à cidade de Ravena. Garibaldi continuou em sua fuga e nem pôde acompanhar o sepultamento de sua grande heroína.

CABO TOCO
Olmira Leal de Oliveira, conhecida como "Cabo Toco", nasceu no dia 18 de junho de 1902 em Caçapava do Sul.
Na década de 20, integrou as fileiras da Brigada Militar, como combatente e enfermeira do 1º Regimento de Cavalaria, hoje 1º Regimento de Polícia Montada, sediado em Santa Maria. Participou dos movimentos revolucionários de 1923, 1924 e 1926. Ela incorporou em 1923 e só deixou a Brigada em 1932.
Olmira era natural da localidade de Camaquã, em Caçapava do Sul.
Em 1951, casou-se com Antônio Martins da Silva, mas não teve filhos.
Faleceu em 21 de outubro de 1989 com 87 anos.
O Cabo Toco, apesar de atos heróicos dentro do 13º Regimento de Cavalaria da Brigada Militar durante as revoluções de 1923 e 1924, depois de passar por várias batalhas com destaque de bravura, em 1932 deixou a corporação. Apesar de ter sido considerada heroína, Olmira Leal de Oliveira só conseguiu receber um soldo do Governo do estado depois que Nilo Brum e Heleno Gimenez venceram a V Vigília do Canto Gaúcho com uma composição em sua homenagem. Mesmo assim, ela morreu em 1989.
Por Ione Vivian Vargas

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ESPECIAL LANCAMENTO CD DO DERLI TRINDADE


Derli Trindade "Com os olhos para o Rio Grande e a voz para o Arte, Vida e Cultura"

*Por Eduardo Schneider        
         Uma voz marcante do nativismo caçapavano. Um dos intérpretes mais prestigiados da região. Vários prêmios conquistados. Assim pode ser definido o histórico musical de Derli Trindade que está lançando seu novo CD, e estará participando do Arte, Vida e Cultura neste sábado, dia 12 de fevereiro, no último especial do programa com artistas do município.
         Com a influência e a devida permissão dos pais, Derli sempre se interessou pela música, no total são 25 anos dedicados a esta que é considerada a 1ª dentre as sete artes. Ainda jovem, quando residia no interior, ele afirma que passava o tempo inteiro cantando. Foi o amigo Luis Carlos Gianbastiani que o trouxe para fazer as primeiras apresentações na cidade.
         Trindade recorda suas passagens pelos grupos “Seresteiros do Pago”, “Os Taipas”, “Os 3 Piás”, “Marca do Tempo”, “Orelhano”, “Quero-Queros”, “Tchê moleque” e “Timbre de Galo” de Alegrete como momentos marcantes da sua trajetória e que antecederam a o início de sua carreira solo.
         A dedicação voltada para a música nativa aconteceu quando Derli começou a apostar, de vez, em si próprio. Participando de diversos festivais como a, “15ª Gauderiada da Canção Gaúcha” de Rosário do Sul, “Estância” de São Gabriel e “Casereada da Canção Nativa” daqui, conquistou muitos prêmios, como de melhor intérprete na “1ª Encantada da Canção Gaúcha” de Santana da Boa Vista, melhor músico na “Ciranda” de Taquara, e a conquista da 1ª e 5ª edição da “Sentinela da Canção Nativa” quando venceu o festival ao lado de Ivanói da Fontoura Brito.
         - Um momento marcante de minha carreira, foi durante a 5ª edição da Sentinela da Canção Nativa, quando subimos, eu, o Ivanói e demais grupos, no mesmo palco em que estiveram grandes intérpretes como Miguel Marques, Nenito Sarturi e Nilton Ferreira. Foi nesta edição que ganhamos o festival, por isto um grande momento da minha vida - afirma Derli.
         Questionado se consegue conciliar a música com o salão, já que também exerce a profissão de cabelereiro, Derli responde que a música, por muitas vezes, precisou ser encarada como hobby, mas que a sua pretensão, daqui em diante, é encará-la com mais responsabilidade devido ao seu novo trabalho musical.
         O novo CD que já está disponível em alguns pontos do comércio se chama “Com os olhos para o Rio Grande”. Gravado entre março e maio do ano passado, o disco contém faixas com regravações de músicas que Derli interpretou nos festivais, e também, quatro faixas inéditas. As participações de Elias Resende (acordeonista), Jair Medeiros (violão), Rodrigo Maia (baixista), Ed e Clemerson (percussão), Pedro Porto (vocal) e a participação especial de Nilton Ferreira, cantando Razões da Terra junto com Derli, completam o álbum.
         - Este trabalho foi feito com um imenso carinho e dedicação. Espero que consigamos contentar o nosso público - conclui.
*Repórter do Arte, Vida e Cultura


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